Artigo do New York Times sobre as novas tácticas que estão a ser usadas pelo exército norte-americano no Iraque.
Vale a pena ler este relato desapaixonado da transformação da "libertação" do Iraque numa ocupação despudorada, que usa as mesmas técnicas para subjugar populações que foram usadas por tantos outros invasores ao longo do tempo. Alguns excertos do artigo:
- "For example, we recently traveled to Israel to glean lessons learned from their counterterrorist operations in urban areas."
Aparentemente, a estratégia de conquistar os corações dos iraquianos morreu uma morte misericordiosa, se é que alguma vez chegou realmente a existir.
- "You have to understand the Arab mind," Capt. Todd Brown, a company commander with the Fourth Infantry Division, said as he stood outside the gates of Abu Hishma. "The only thing they understand is force — force, pride and saving face."
"You have to understand the Arab mind" - Eis um exemplo impagável de uma frase absolutamente correcta utilizada com significado diametralmente oposto. O processo mais elementar de qualquer guerra de agressão consiste em desumanizar o adversário. O adversário não é como o agressor - quase não merece ser tratado como humano. Neste caso, a mente árabe supostamente só entende uma linguagem: a da força, do orgulho e salvar a face. Outros elementos habituais do comportamento humano parecem não existir nesta "raça". A sua recusa em deixar-se subjugar sem resistência é interpretada como mais uma prova da sua desumanidade.
- "This fence is here for your protection," reads the sign posted in front of the barbed-wire fence. "Do not approach or try to cross, or you will be shot."
Por outras palavras, para libertar os iraquianos temos que os prender.
- "With a heavy dose of fear and violence, and a lot of money for projects, I think we can convince these people that we are here to help them," Colonel Sassaman said.
Este coronel Sassaman é de uma sinceridade refrescante.
Recent Comments